cultura, mídia e política: Miséria reduzida

16 de outubro de 2013

Miséria reduzida

Do jornal O Globo:
Um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica  Aplicada (Ipea) estima que o Bolsa Família tenha reduzido a pobreza extrema  brasileira em 28%, no ano passado. De acordo com o levantamento, o percentual de  miseráveis, que era de 3,6%, subiria para 4,9%, caso o Bolsa Família não  existisse.
A estimativa utiliza a linha oficial de pobreza extrema, que classifica como  miserável quem sobrevive com renda per capita de até R$ 70 por mês. O cálculo  foi feito com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad  2012), do IBGE.
Os resultados do estudo foram apresentados pelo presidente do Ipea e  ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri,  que é também presidente do Ipea, e pela ministra do Desenvolvimento Social e  Combate à Fome, Tereza Campello.
- O Bolsa Família não só aliviou a pobreza, como também garantiu a presença  das crianças na escola, a nutrição, a saúde e a redução da mortalidade infantil.  O Bolsa Família fez bem para o Brasil e os resultados são para o conjunto da  população. Hoje podemos fazer uma discussão que não é mais ideológica. Temos  estatísticas e dados que comprovam o impacto do Bolsa Família – disse  Tereza.
A presidente Dilma Rousseff comemorou, via Twitter, o resultado do estudo do  Ipea, dizendo que o Bolsa Família tem efeito multiplicador da renda. “O  @ipeaonline divulgou estudo mostrando que cada R$ 1 investido no #BolsaFamília  gera aumento de R$ 1,78 no PIB do Brasil. O @ipeaonline comprova o efeito  multiplicador de renda do #BolsaFamília por toda a sociedade. O Bolsa Família e  o Brasil sem Miséria garantem que 36 milhões de brasileiros saiam da extrema  pobreza”, escreveu a presidente.
Criado em outubro de 2003, o programa completa dez anos neste mês. Em 2003, o  peso do Bolsa Família na redução da miséria era de 7%, o que significa dizer que  seu impacto nesse sentido quadruplicou em 2012, quando o programa passou a  garantir uma queda de 28% da pobreza extrema. Um ano antes, em 2011, esse índice  era de 25%.
A primeira década do Bolsa Família ensejará o lançamento de um livro pelo  ministério e pelo Ipea, com artigos de pesquisadores sobre o tema, no próximo  dia 30. Um dos artigos trata dos efeitos macroeconômicos do programa, em  comparação a outras transferências sociais.
Segundo o artigo, o Bolsa Família tem, de longe, mais impacto no crescimento  do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país, num  ano). Para cada R$ 1 repassado pelo programa, a economia cresce R$ 1,78, ante R$  0,39, no caso do FGTS; R$ 0,53, na Previdência; R$ 1,06, no abono e no  seguro-desemprego; e R$ 1,19 no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é  dado a idosos e deficientes.
- O melhor caminho para fazer a economia girar é o Bolsa Família – disse  Neri, que assina o artigo com Pedro Ferreira de Souza e Fabio Monteiro Vaz,  ambos pesquisadores do Ipea.
O Bolsa Família foi escolhido o vencedor do 1º Prêmio para Desempenho  Extraordinário em Seguridade Social (Award for Outstanding Achievement in Social  Security), concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA,  em inglês). De acordo com Tereza, que representará o governo na cerimônia de  entrega do prêmio, em novembro, no Qatar, a presidente Dilma Rousseff enviou  mensagem de agradecimento à ISSA:
“O Brasil tem milhões de razões para estar orgulhoso do Bolsa Família, um  programa que reduz as desigualdades e beneficia todos os brasileiros”, disse  Dilma, segundo nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e  Combate à Fome. “O Bolsa família garante que 36 milhões de brasileiros vivam  acima da linha da extrema pobreza, mantém 16 milhões de crianças e adolescentes  na escola e também foi decisivo para reduzir a mortalidade infantil”, disse a  presidente, em nota.

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