Menos de 15% das jovens de 20 a 29 anos conseguiram terminar o nível escolar secundário em 7 dos 9 países analisados
Novo estudo da CEPAL (Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe) afirma que existem mais de 670 povos indígenas reconhecidos
pelos nove Estados analisados e que ao menos 23,5 milhões de mulheres são
afetadas pelas desigualdades étnicas e de gênero.
ONU |
O documento Mulheres indígenas na América Latina: dinâmicasdemográficas e sociais no âmbito dos direitos humanos foi apresentado durante a
XII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe,
realizada nexta sexta-feira (18/10) em Santo Domingo, República Dominicana.
O relatório avalia a situação das mulheres indígenas no
Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru e
Uruguai. O estudo indica que as mulheres indígenas têm capacidades e
potencialidades para agir como agentes de mudança e geradoras de bem-estar e de
desenvolvimento sustentável de seus povos, mas sofrem discriminações de caráter
econômico, étnico, de classe e de gênero, que se manifestam em múltiplas
vulnerabilidades.
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CEPAL pede que os
países da região coloquem em prática políticas que busquem eliminar os fatores
que determinam a situação da desigualdade na qual vivem as mulheres desse
grupo, baseadas nos padrões dos direitos humanos e nos princípios acordados nas
recentes conferências multilaterais sobre os povos indígenas. Para a Comissão,
a garantia do exercício dos direitos individuais e coletivos das mulheres
indígenas é indispensável para alcançar a igualdade que a região busca.
Embora tenha havido progressos no âmbito da educação – mais
de 90% dos meninos e meninas indígenas de 6 a 11 anos vão à escola na maioria
dos países da região – os avanços são insuficientes, afirma o relatório. Menos
de 15% das jovens indígenas de 20 a 29 anos conseguiram terminar o nível
escolar secundário em sete dos nove países analisados – o Brasil faz parte
desses sete.
A perda do idioma original como resultado do processo de
escolarização também é um aspecto central da problemática. O documento indica
que a maternidade na adolescência (de 15 a 19 anos) continua sendo maior entre
as jovens indígenas de todos os países analisados, com um patamar que vai de
quase 12% no Uruguai a 31% no Panamá. O índice no Brasil é de 27%.
* Originalmente publicado pela ONU Brasil
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